Diferença entre os sistemas mudou conforme a evolução dos veículos
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Montagem/Divulgação
Até a virada do século era quase impossível que um veículo automático fosse capaz de superar o ser humano na hora de trocar as marchas em uma arrancada. Mas isso começou a mudar com a popularização das caixas automatizadas de dupla embreagem.
Seu conceito é simples: elas têm uma construção similar à de um câmbio automático, mas são operadas por atuadores e capazes de deixar duas marchas engatadas ao mesmo tempo. Então, quando você está acelerando em segunda, o sistema já está com a terceira engatada, e faz apenas a mudança das embreagens na hora da troca.
Essa solução se mostrou imbatível no quesito velocidade, permitindo aumentos ou reduções de marcha na casa dos 100 milissegundos (ms) — cinco vezes mais rápida que uma troca manual comum. O BMW M3 da geração E90, por exemplo, era dois décimos mais lento no 0 a 100 km/h quando equipado com caixa manual, mesmo com os melhores pilotos da marca a bordo.
A grande novidade na virada do século foi que o câmbio automático convencional, com complexos sistemas de engrenagens planetárias e conversor de torque, também começou a ficar mais rápido. Com isso caixas como a popular 8HP, da ZF, são capazes de fazer trocas em cerca de 200 ms. É velocidade suficiente até para compensar o peso consideravelmente maior de um câmbio automático.
Essas caixas, de quebra, também têm mais resistência ao torque exponencial dos novos motores turbo e aqueles auxiliados por conjuntos elétricos. Inclusive esse é um dos motivos pelo qual a maioria as versões RS dos últimos modelos da Audi adotam a 8HP.
A evolução também conquistou os consumidores, que têm cada vez menos interesse em esportivos com câmbio manual. Por isso Ferrari, Lamborghini e McLaren só produzem carros automáticos, tendência que logo se tornará regra em outras marcas.
Fonte: Rodrigo Ribeiro